Ética se pratica, se ensina e não se negocia.
Por Dalton Pastore, presidente da ESPM
Aproximar a academia do mercado publicitário é uma bandeira antiga de praticamente todas as cabeças pensantes. No caso da ESPM a conexão é direta: a escola foi criada pelo mercado e entrega ao mercado os talentos que, há 66 anos, constroem o seu futuro.
A recente iniciativa do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) e do Conselho Executivo das Normas-Padrão (CENP) , com a participação acadêmica da ESPM, para auxiliar professores de comunicação e marketing a ensinar aos seus estudantes os conceitos da autodisciplina, das regras e das normas que regem o setor de publicidade e propaganda, é uma ação que merece aplausos. Ela provoca um circulo virtuoso em que o mercado e academia unem esforços em favor da excelência das relações éticas e legais do ofício.
As duas entidades, que cuidam da autorregulação sobre conteúdo e melhores práticas comerciais na publicidade brasileira, passaram a oferecer gratuitamente material didático pronto para ser usado em classe sobre a história, a evolução e o cenário atual das relações entre todos os agentes da cadeia produtiva da propaganda, do marketing e da comunicação.
Chamado Conteúdo Pedagógico CONAR-CENP: Arte, Técnica e Ética Publicitárias, esta plataforma de capacitação universitária foi desenvolvida por professores de comunicação e marketing sob coordenação do professor Amadeu Nogueira de Paula, da ESPM.
O material didático do CONAR e do CENP foi cuidadosamente preparado por quem está na linha de frente com os alunos. Foi dividido em módulos, com sugestões de testes para fixação de conteúdo, pronto para baixar da Internet e usar.
Com a disponibilidade do Conteúdo Pedagógico CONAR-CENP, outras escolas que também ensinam marketing e propaganda, terão acesso aos conceitos que compõem o esteio ético da indústria publicitária brasileira: a autorregulação que qualifica as relações comerciais e o conteúdo da publicidade.
Esse modelo de governança pode muito bem ser uma inspiração para outras indústrias, colaborando para colocar o Brasil em uma trajetória mais autônoma, na qual se dispense a presença exagerada do estado e onde as pessoas assumam mais responsabilidades sobre os próprios destinos, abandonando aos poucos a visão paternalista e dispendiosa do “Estado-Babá”.
Creio que esta iniciativa é inédita na relação entre academia e mercado e nos ajuda a aproximar ainda mais as empresas e suas entidades dos seus futuros profissionais, jovens que em dez ou vinte anos estarão liderando agências, diretorias de marketing de empresas e suas respectivas associações.
É preciso mostrar aos universitários que a excelência da publicidade brasileira, reconhecida internacionalmente em diversos festivais e prêmios, tem em uma de suas bases a autorregulação.
Sem um mercado forte, que remunere adequadamente as agências de publicidade e seus talentos, abrimos mão de qualidade. Perdem as agências, perdem os anunciantes e perdem as marcas.
A academia precisa ampliar esse debate em sala de aula e o mercado precisa reconhecer, através de apoio efetivo a academia, que Educação de excelência é o único caminho para o desenvolvimento. A sociedade só tem a ganhar se o futuro publicitário chegar ao mercado entendendo como o diálogo, o entendimento e o consenso constroem relações sustentáveis e éticas.
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