2020 o ano da Mídiamorfose
Por Antonio Rosa Neto*
Está ficando impossível pensarmos em comunicação e mídia atualmente da mesma forma como pensávamos no passado. Na verdade, o mundo está passando por uma imensa revolução, principalmente quando avaliamos as perspectivas que a tecnologia está permitindo.
É fascinante observarmos a velocidade destas transformações: a tecnologia que demorou anos para ser desenvolvida, triplica-se em meses e depois em dias, incorporando-se rapidamente ao nosso dia-a-dia em todos os mercados, deixando claro que existe, efetivamente, uma nova velocidade no mundo.
Nesse sentido, as discussões sobre o futuro da comunicação são fundamentais, haja visto a complexidade de mensurar aonde todo esse universo da mídia vai parar. O futuro já chegou e trouxe com ele a “midiamorfose”
Evidentemente, a área da agência que sofrerá o grande impacto decorrente da convergência será a própria mídia. O crescimento do número de internautas cria infinitas opções e oportunidades para atingir o público-alvo na web. O que muda agora é a forma como o indivíduo se relaciona com a publicidade. Na mídia de massa, a publicidade é exposta ao indivíduo; já na publicidade interativa, é o indivíduo que decide se deseja ou não expor à publicidade.
Neste mundo novo, as agências de propaganda serão muito exigidas, assim como os institutos de pesquisa que serão cobrados para definir quem é esse novo consumidor, como ele é, o que pensa, o que faz, quais são seus hábitos, comportamentos, etc. Diversas novas agências digitais surgiram para atuar no planejamento de mídia e o profissional de mídia está se transformando em técnico em dados.
Surge o “Dataísmo”, será um novo mundo com o avanço da Inteligência Artificial. Agora será fácil prever as atitudes do consumidor e falar com ele na hora exata.
A convergência da comunicação à tecnologia viabiliza uma multiplicação absurda de oportunidades entre os dois segmentos, sinalizando o imenso poder que estas duas áreas terão na economia mundial globalizada. Cabe a cada um se posicionar diante deste futuro imprevisível.
Precisamos saber e difundir o que acontecerá com nosso mercado em função do avanço da Internet, isto exatamente em 2020.
Necessário perceber que as empresas de mídia já estarão sendo geridas por multinacionais, tema inclusive do meu livro “Atração Global – A Convergência de Mídia e Tecnologia”, lançado em 1998, nele eu afirmava que mídia e’ um negócio global.
O movimento já começou e não é de hoje. Sabemos que diversos grupos multinacionais de mídia já atuam no mercado brasileiro, caso da Turner, Viacom, Sony, Discovery, Disney/ABC, Time Warner, entre outras.
Com as SmarTVs, demonstram o que teremos pela frente. Diversas empresas já colocaram seus produtos a venda no Brasil. Estas TVs tem alta definição digital, alguma já com 8K, câmera com reconhecimento de face e gesto e comando de voz. Nelas podermos assistir TV por demanda, TV aberta, TV por Assinatura, navegar na Web, navegar nas redes sociais, pegar e-mail, fazer vídeo conferência. Empresas tradicionais como Sansung, LG, Sony, Phillips, já estão invadindo o mercado com seus produtos.
O mais curioso e complexo é que quando ligamos estas TVs elas não entram em nenhuma emissora, mas, assim como em um iPad, iPhone ou Tablets, elas abrem seus aplicativos. Neste contexto a audiência começa a mudar de mão, pois haverá uma disputa enorme em estar na primeira tela.
Os próprios fabricantes de TV agora terão a mesma sensação das emissoras de TV. Irão negociar conteúdos exclusivos, relevantes e de impacto.
Pense agora na propaganda. Com as SmarTVs teremos poucos comerciais de 30” nos intervalos comerciais. Provavelmente crescerá o conteúdo, o Story Telling, merchandising e outros formatos comerciais. A exemplo dos influenciadores, que não param de crescer, notadamente no Youtube e Redes Sociais.
Novos nomes já estão ocupando este cenário; Netflix, Amazon, HBO-GO, NOW, Telecine Play, Watch ESPN, e não param por aí. Impulsionados pelas teles e apoiados nas SmarTVs entrarão de vez no jogo da TV;
De fato, está começando o “desempacotamento” dos negócios da Televisão, o último meio a ser impactado pela Internet. Aquilo que aconteceu com a indústria fonográfica e da fotográfica agora será sentido na TV. Assim como já está acontecendo com os Jornais, Revistas e Rádio.
Realmente 2020 é a data limite para toda transformação da mídia e da propaganda. Portanto falta pouco para sentirmos a maior revolução já vivida no setor da mídia e comunicação.
Ah! Não se espante, se por acaso deparar-se em breve, com um Apps da Globo, SBT, Band, etc. Você não estará sonhando.
*Antonio Rosa Neto – Presidente da ABEMD Associação Brasileira de Marketing de Dados
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