Eventos digitais: você sabe comprar?
Por Márcio Guerreiro, diretor da MG Eventos
A quarentena prolongada tem imposto a todos muitos desafios. Não só pela paralização de nossas atividades e a consequente perda de faturamento, como pela necessidade urgente de encontrar novos caminhos.
Tenho procurando, muitas vezes, entender o passado, para viver o presente e me reinventar para um futuro melhor, diante de tudo o que vem acontecendo. Não é novidade o quanto o setor de eventos tem sofrido com as medidas de confinamento e distanciamento social.
Nesse período, muitos de nós temos nos dedicado a encontrar formas de reverter este cenário. Com a relevância conquistada pelos canais digitais, buscar informações sobre a realização de eventos virtuais, digitais e até mesmo um evento híbrido, tem permitido a descoberta de diversas ferramentas, várias delas muito interessantes, com inúmeras possibilidades e soluções, inclusive adiantando algumas tecnologias do Vale do Silício (EUA) que, possívelmente, conheceríamos nos próximos três ou quatro anos. E assim, é claro, temos um leque de opções e, consequentemente, de custos, que vão de oito a oitenta em reais e, até mesmo, em dólares.
Algumas questões relevantes surgiram, então: o que nosso cliente espera e o que oferecer a ele? Como chegar a uma solução que o atenda, prevendo a relação custo/benefício mais adequada aos parâmetros econômicos atuais?
Uma das conclusões a que cheguei é que tanto agências, que estão se adaptando, como clientes, também novos no assunto, têm ainda caminho de aprendizado, estimulante e inovador, à frente. Não se definiu ainda a maneira mais correta de valorar adequadamente a compra de um evento digital. Muitas utilizam parâmetros convencionais, ao cobrarem por hora-homem, hora-máquina, uma taxa daqui, outra ali.
Enquanto nós, agências, estamos destrinchando esse mundo novo, conhecendo as tecnologias disponíveis e a linguagem mais indicada para o canal, o mesmo comportamento nem sempre é observado entre grande parte dos clientes.
Fazer um evento digital ou on-line vai muito além de abrir uma simples live no Youtube ou outra ferramenta semelhante. É preciso ter planejamento, com objetivos de comunicação claros e uma estrutura tecnológica adequada, tanto com vistas à qualidade das transmissões quanto às métricas e aos resultados que podem oferecer.
O emissor e o receptor precisam se integrar de modo satisfatório durante a realização do evento e as mensagens devem ser de significância para entreter a audiência, agora exposta a múltiplos conteúdos. Por falar em múltiplos, também não se pode esquecer de considerar a melhor adequaçao às múltiplaformas, propiciando acesso sem truncamento para tablets, computadores ou smartphones.
Enfim, a demanda existe. As agências estão se preparando, os clientes solicitando propostas, e será a atenção às especificidades dos diferentes canais que permitirá superar as lacunas que ainda existem na formataçao desse tipo de evento.
Trata-se de um processo em maturação, no qual os clientes tomam conhecimento das possibilidades com eventos digitais e as agências buscam apresentar as melhores soluções com custos compatíveis.
Sabemos que a pandemia acelerou o desenvolvimento dos canais digitais como meio de comunicação, divulgação, entretenimento, porém no mercado de eventos, especificamente, tudo ainda é recente e exige análises e adaptações para tentar suprir a necessiade do face to face e levar à promoção de marcas e produtos com sucesso. Isto é, coerentes com os objetivos dos clientes, úteis ao público-alvo e tecnicamente satisfatórios.
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