Propaganda: o negócio tem alma? – Daniel Domeneghetti
Bem, muito se fala que propaganda é a alma do negócio e que se você, empresário, não anunciar, vai se estrumbicar (não é este o pitoresco refrão?)
Preferimos acreditar que este conceito é mais uma crença enraizada que má fé.
Folclore à parte, propaganda é extremamente importante… só que do negócio, é apenas a boca. Ou seja, se o seu produto, serviço ou projeto não tiver alma, o peixe morre pela boca.
O consumidor está cada vez mais educado, ciente e sabedor do que quer. Ótimo para ele, péssimo para aquele empresário ainda provinciano, que insiste em tapar os olhos e os ouvidos para os movimentos irreversíveis de globalização, acirramento da competição, aumento do número de opções, segmentações de mercado e para o famigerado CDC (Código de Defesa do Consumidor). Estamos falando daquele empresário que ainda pensa que é ele quem engana o consumidor e acha que este, passível a tudo, sempre voltará com o rabo no meio das pernas fingindo ter esquecido sua última experiência negativa. Bem, isto está mudando e está cada vez mais explícito.
Mais e mais empresários e executivos estão procurando serviços de consultoria e assessoria para remediar o estrago causado pelo não acompanhamento das tendências. É nesta hora que o consumidor dá risada. Afinal, outro aparece amanhã oferecendo os mesmos produtos ou serviços, com mais qualidade e a preços mais justos.
Poucos empresários sobreviveriam fora do país com a mentalidade atual.
Publicitários glamurosos que nos perdoem, mas o allure de outras épocas, onde tudo era justificado pela construção de uma boa imagem, tende a acabar. Reflexos desta nova era. A Era do Consumidor.
Empresário: Pense bem! não é mais apenas a agência ou seu departamento de marketing o responsável pela construção de sua imagem, de sua marca. É você, homem de visão e de iniciativa que assumiu o risco do negócio para, produzindo com qualidade e respeito, atender seu nicho de mercado. Construir uma marca é tarefa das mais árduas, pois não admite o erro (pelo menos aquele que não possa ser satisfatoriamente corrigido). Construir uma marca é, portanto, obrigação do marketing, da administração, do pessoal do atendimento, de toda empresa. É consequência dos resultados positivos sob a percepção do cliente.
Propaganda de massa, em quase todos os mercados, tende a se tornar ineficiente para as finalidades de relacionamento e quiçá de comércio. Aliás, não há mais massa e sim pessoas. Para atingir o seu target, você precisa de estratégias de marketing de relacionamento e de operações de serviços bem estruturadas. Para nós, esta é a melhor forma de sua empresa usar a boca, ou seja, apoiando-se naquilo que realmente é sua razão de ser: a sua alma.
Quantos empresários e executivos negligenciaram as necessidades e expectativas de seus clientes, preocupando-se apenas com sua falsa imagem (é a velha história do castelo de areia na praia – você constrói, vende e revende sem ter background; a água vem e derruba tudo). Podíamos fazer aqui um go back in time e citar inúmeras empresas que explodiram, para depois implodir. O sucesso é, para quem não sabe, uma grandeza de longo prazo (pergunte a qualquer ator Global).
Para quem não tem o que oferecer (ou pior, apenas acha que tem), alarde e auê não geram nada além de desilusões e insatisfações de expectativas dos clientes. Você já parou para averiguar quantos clientes de uma viagem só já teve? Pensou nas chances perdidas de fidelizá-los e assim prosperar seu negócio no tal share of wallet, com up-sells, cross-sells e tudo mais. Responda: O quanto você conhece cada cliente?
Afinal, já está na hora de iniciativa privada virar atividade profissional e não plano de aventureiros. Os verdadeiros profissionais sabem do que estamos falando. E graças a Deus que eles existem!
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