Jurados brasileiros no Festival de Cannes são definidos
A publicitária brasileira Fernanda Romano, que vive em Londres e trabalha para a Euro RSCG, estará no júri de Titanium e Integrated, um dos menores e mais prestigiados do evento, mas representando os ingleses. Nessa categoria, o Brasil reveza uma vaga com outros países latino-americanos. Este ano, coube aos argentinos o lugar, que foi ocupado por Pablo Del Campo, presidente da agência Del Campo Nazca Saatchi & Saatchi.
O Brasil tem intensificado sua presença entre os maiores participantes no evento, que realiza a 58.ª edição entre 19 e 25 de junho, na costa francesa. No ano passado, o País ocupou o terceiro lugar entre os 98 países em competição, atrás apenas dos Estados Unidos e da Inglaterra. Foram 2.490 peças inscritas e 644 delegados. Ao todo, o Brasil faturou 58 Leões em Cannes.
A safra de profissionais que estarão nos júris é uma aposta na nova geração do mercado publicitário, como explica Armando Ruivo, diretor de marketing publicitário do Grupo Estado, que, por meio do jornal O Estado de S.Paulo, é o representante oficial do Cannes Lions no Brasil.
“Promover talentos também é um dos papéis que se espera desses festivais. Precisamos oxigenar o meio e incentivar carreiras”, diz Ruivo. Em 2010, os júris contaram com nomes consagrados do mercado.
Aprovação. O processo de indicação dos jurados depende da aprovação dos organizadores do festival, a empresa inglesa Emap. Este ano, a listagem a cargo do Grupo Estado apresentou três nomes para cada uma das categorias. Em geral, a montagem final visa contemplar uma presença equilibrada de profissionais que atuem nos conglomerados globais de comunicação, como WPP, Omnicom, Interpublic, Havas, Publicis e Isobar.
Entre as novidades da 58.ª edição do festival está a chegada de mais uma categoria, que recebeu o batismo de Creative Effectiveness, algo como “criatividade efetiva”. A ambição da nova premiação é medir o impacto comprovado nos negócios do anunciante do trabalho realizado pela agência. Ou seja, uma categoria que considera como a ação de marketing afetou o comportamento do consumidor, o valor da marca, as vendas e a lucratividade da empresa dona da marca. No caso brasileiro, o nome escolhido foi o do vice-presidente de marketing da operadora de telefonia Vivo, Hugo Janeba.
A entrada da Creative Effectiveness também é uma demonstração de uma tendência que avança segura e gradual em Cannes e tem tornando o evento uma vitrine para os encontros de negócios.
As questões de criatividade voltadas para a essência da atividade, que tanto mobilizam as agências e que deram origem ao festival, perdem espaço. Uma das razões, como analisam alguns publicitários, está no fato de a era digital provocar uma inédita revolução na relação dos anunciantes com os consumidores. As agência de propaganda vivem momento de grandes transformações. Essa constatação está também na origem da mudança de nome do festival, que trocou a palavra “Publicidade” por “Criatividade”.
A única exceção à renovação de nomes que vão representar o Brasil se deu com a indicação do veterano Erh Ray, presidente da agência BorghiErh/Lowe, que retorna ao júri do festival após representar o País na mesma categoria, de filmes comerciais, em 2002.
Marili Ribeiro – O Estado de S.Paulo
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