Novos diretores da APP de Uberlândia são empossados na Câmara Municipal
Cindhi Belafonte Repórter
A nova diretoria da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) de Uberlândia tomou posse na noite de ontem em uma cerimônia na Câmara Municipal. Ao todo, 61 profissionais de comunicação vão compor a gestão 2013/2014, em cargos no Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Conselho Consultivo, Diretoria Executiva e Diretoria Adjunta. Além dos integrantes da diretoria eleita, que terá Rogério Fonseca como presidente da unidade regional, a solenidade contou com a participação do presidente da APP Brasil, Ênio Vergeiro.
De acordo com o novo presidente regional da APP de Uberlândia, Rogério Fonseca, a principal meta da nova gestão é dar continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido. “Não há perspectivas de rompimento com as ações da administração anterior. Nossa meta é continuar desenvolvendo e fortalecendo o mercado de anunciantes”, afirmou.
Segundo Fonseca, a principal ação da nova diretoria será investir na capacitação das empresas e do setor de comunicação. “A proposta é desenvolver a gestão de empresas por meio do projeto Emcom, em parceria com o Sebrae-MG”, disse, referindo-se a um programa que já tem sido utilizado para melhorar a administração das empresas. Fonseca também afirmou que pretende fazer com que a APP regional funcione em uma sede própria. Hoje, ela utiliza espaço da Fiemg para se reunir.
Já o presidente da APP Brasil, Ênio Vergeiro, falou, em entrevista exclusiva ao CORREIO de Uberlândia, sobre as perspectivas para a nova gestão e os principais desafios da comunicação na era digital.
Em 2012, a APP completou 75 anos de história no Brasil. Qual é a sua avaliação da trajetória da entidade ao longo desses anos?
A APP nasceu em São Paulo, como a Associação Paulista de Propaganda praticamente quando a publicidade começou a se profissionalizar no Brasil, quando não havia regulamentação da profissão de publicitário e os profissionais exerciam vários cargos. Ao ser fundada, a APP buscou profissionalizar o que seria a publicidade no Brasil. No decorrer dos anos, o que mudou é que a instituição se transformou em Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) e se tornou uma entidade nacional, nos anos 1970. A missão básica não foi alterada e continua sendo a profissionalização e atualização dos profissionais de propaganda e simular as melhores práticas do mercado. Para isso, a APP tem hoje 18 capítulos regionais, entre eles o de Uberlândia, e a gente tem sempre promovido diversas atividades, porque é uma entidade dinâmica e sempre leva informações aos profissionais. São Paulo é um centro de informações de tudo o que acontece no mundo, principalmente no mercado publicitário, e a gente tenta, através da APP, passar isso para o Brasil todo.
Somos uma entidade sem fins lucrativos e trabalhamos como voluntários, cada um com a sua atividade profissional. Participamos da porque entendemos que a entidade volta ao mercado um pouco do que nós ganhamos, em termos de informação e de ganhos. No último 13 de maio, nós lançamos um livro sobre os 75 anos da APP no Brasil e a gente sentiu nesse momento a importância da instituição em relação às outras entidades. Ela é uma associação que tem relevância alta diante de outras agências do setor. O diferencial da APP é que ela acaba sendo um “guarda-chuva” de tudo o que ocorre no mercado, ou seja, acaba disseminando as informações para as agências locais.
Na sua visão, quais são as perspectivas do mercado de mídia na era digital?
Estamos em um momento em que ninguém sabe exatamente o que dizer. Ou é pura futurologia ou pura constatação. É inevitável que não haja uma migração para o digital. Na minha geração, tem-se o hábito de creditar força ao jornal impresso. As novas gerações vêm com a mesma importância o digital e o impresso e isso é um bom sinal, porque é outra plataforma e uma outra maneira de ver a notícia, a informação. O jornal e a revista migrarão para o tablet, isso é um fato que vai inclusive eliminar uma série de processos, como impressão e distribuição de material, e informar em tempo real.
Você acaba de lançar o livro “Galo na Cabeça”, que fala sobre a propaganda. De que forma o assunto é abordado?
O livro traz depoimentos das principais pessoas do mercado, discorrendo sobre as perspectivas dos meios de comunicação na era digital. Então, quando esses profissionais fizeram esses depoimentos, elas mesmas refletiram a respeito daquele momento. Foi um exercício para eles também. E eu acho que a gente mostrou não o que é o futuro, mas sim, qual é o caminho. É na verdade isso que a gente está buscando, porque a velocidade das informações hoje é muito maior. Por exemplo, na geração dos anos 1970, bastava que a pessoa fizesse a faculdade e estava formada para exercer a profissão para o resto da vida. Hoje, alguém que sai da faculdade, já sai defasado em termos de informação. Esse é o desafio da APP, lidar com a velocidade que o mercado necessita hoje.
Uma coisa que está sendo muito debatida é a liberdade de comunicação e a criação de alguns mecanismos para censurar a imprensa e a publicidade. Qual a sua avaliação sobre isso?
A APP tem combatido qualquer tipo de cerceamento. A liberdade de expressão, editorial ou comercial, é a primeira coisa de um cidadão que vive na democracia. Essa questão de criação de órgãos regulatórios para falar de como deve dizer a impressa de como devem ser os anúncios é uma coisa que o mercado publicitário é frontalmente contra. O mercado publicitário interage com os grandes veículos de comunicação, como jornais, revistas e televisão, dando subsídios e pagando a conta para que possa haver isenção, para que os veículos não sofram com o poder econômico e político. O mercado publicitário fortalecido faz com que os meios de comunicação sejam fortes e assegura a independência editorial desses veículos.
Como você avalia a publicidade e a propaganda no cenário mineiro?
Eu acho que ela está no padrão nacional pela qualidade que tem, embora eu entenda que seja dividido o que é Belo Horizonte e o que é Uberlândia, até mesmo por uma distância geográfica. Eu vejo, por exemplo, agora que está acontecendo o festival de Canes, tem muita gente de Minas Gerais participando. Mas, eu acho que ela está exatamente no contexto e tem a mesma qualidade do cenário nacional.
Qual é o grande desafio da APP Brasil para este ano?
Acho que o principal desafio é passar cada vez mais informação. Isso é difícil, porque hoje a atualização de um profissional de propaganda tem que ser praticamente diária.
Como a APP Brasil tem apoiado o desenvolvimento das APPs regionais?
A gente tem tentado passar tudo o que ocorre dentro da APP em São Paulo, que tem um centro de informação grande de profissionais, para as APPs regionais. Tentamos passar nossas palestras e cursos, que são feitos de forma voluntária por toda a diretoria. A gente só não consegue fazer mais porque depende de recursos e eles são limitados. Por exemplo, para se ter um palestrante em São Paulo, basta que ele tenha agenda, tome um taxi e vá a sede da APP. Para trazer o mesmo palestrante para Uberlândia, há uma dificuldade maior, tanto em relação à agenda quanto aos custos com passagem e hospedagem. É difícil, mas a gente tenta ao máximo passar para as outras APPs o que a gente tem em São Paulo.
Em relação ao mercado regional, qual a sua avaliação sobre a APP Uberlândia e quais as principais perspectivas para a nova gestão?
A APP nacional tem uma grande vantagem de estar no centro, que é São Paulo, e lá chega toda a informação que a gente tem do mundo. A gente tenta distribuir essas informações pelas entidades regionais e, especificamente a APP de Uberlândia está entre as mais ativas do país desde a sua fundação, há dez anos. Quando você tem uma instituição fortalecida e estruturada, é mais fácil disseminar as informações.
JORNAL CORREIO DE UBERLÂNDIA
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