Transparência nos negócios.
Gal Barradas
Empreendedora
Viuce-presidente da ABAP
O Brasil de hoje exige transparência nos negócios, e ainda bem que este é um caminho sem volta.
O mercado publicitário brasileiro sempre foi um dos mais desenvolvidos do mundo, e por isso mesmo um dos mais respeitados. Portanto, nós, publicitários, não devemos nunca nos furtar a expor a nossa opinião.
Nos últimos meses, o mercado publicitário mundial foi sacudido por uma grande polêmica quando agências de publicidade do Reino Unido decidiram retirar os seus anúncios do Google e do Youtube, um explosivo boicote contra a falta de controle das plataformas de mídia programática. Este tipo de mídia, para quem não conhece, expõe as mensagens das marcas nos sites, blogs etc. que possuem grande audiência, levando em conta determinado a qualidade desta audiência. No Reino Unido, as mensagens publicitárias foram parar, por exemplo, em sites extremistas e de conteúdo ofensivo.
O problema não acabou por aí. As agências começaram a questionar as métricas adotadas, os sistemas de audiência e assim por diante. Vale lembrar que as agências de propaganda são as guardiãs das marcas e das verbas dos cliente. Portanto, elas tomaram a decisão de retirar os anúncios destas plataformas, porque era da responsabilidade delas fazerem isso.
Todos nós do mercado publicitário estamos assistindo a este debate com aflição: tanto os grandes grupos publicitários, assim como anunciantes grandes e pequenos, e também as agências locais sabem de suas responsabilidades.
O Brasil não vive isolado, vive conectado. É um player importante no cenário global. Por isso, precisamos nos posicionar: em favor do cliente, das marcas, do mercado, das agências,
Se a autorregulamentação é um marco nesta nossa indústria, temos que valorizá-la provendo o necessário conhecimento das regras, as necessárias atualizações e o necessário respeito a elas.
É fundamental expressarmos a nossa opinião, antes que outro o faça. Por isso, é hora de nós brasileiros, todos nós envolvidos nesta questão, comecemos a discutir, a colocar na mesa os pontos de vista e, com isso, caminhemos para frente, e em comum acordo, consigamos aperfeiçoar ainda mais a nossa indústria, fortalecer ainda mais o nosso negócio.
Afinal, o Brasil de hoje exige transparência nos negócios. E ainda bem que esse é um caminho sem volta. O mercado não é feito de partes isoladas, mas da somatória das partes. O desafio colocado pelas novas tecnologias, representado pelos questionamentos recentes, pode e deve ser superado com debate franco, aberto e construtivo, pois, acima de tudo, continuamos tendo responsabilidades. No Brasil temos experiência e know-how em reunir os agentes do mercado em fóruns, em nos organizarmos e encontrar as melhores soluções para os problemas que surgem, e que vão continuar surgindo. O Conselho Executivo de Normas –Padrão (CENP) é um exemplo.
Quando devemos começar essa discussão: agora, neste momento. Vivemos numa era de rápidos avanços tecnológicos. O nosso mercado deve ser rápido também.
Fonte: folha.uol.com.br
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