Elifas Andreato realiza exposição A Música Negra no Museu Afro Brasil
Promovido pelo Instituto Elifas Andreato, evento de abertura reúne Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Emanoel Araujo, Anna Setton, Ilú Obá de Min, Janaína Marquesini, Rappin Hood e o próprio Elifas Andreato, em bate-papo aberto ao público.
Autor de uma das mais importantes séries de obras iconográficas das principais referências da música brasileira, o artista plástico Elifas Andreato tem uma intensa produção construída ao longo dos últimos 50 anos, sempre refletindo seu engajamento por mais acesso à cultura e à educação, à construção da cidadania e à mais ampla defesa dos diretos humanos. Um recorte do seu trabalho compõe a exposição A Música Negra por Elifas Andreato, com curadoria de Emanoel Araujo, reunindo retratos de gente como Pixinguinha, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Cartola, Gilberto Gil, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Tim Maia, Milton Nascimento, Criolo, João Bosco, entre outros. A seleção de obras inclui originais (alguns deles nunca antes expostos) e algumas reproduções, como o cartaz para os 50 anos da Semana de Arte Moderna.
A abertura da exposição, na terça, 20 de agosto, às 19h30, no Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, em São Paulo, será marcada por um – não muito comum e sempre empolgante! – encontro entre Paulinho da Viola e Martinho da Vila. Os dois participarão de um bate-papo com o público, ao lado do próprio artista Elifas Andreato, do diretor do Museu Afro Brasil e curador da exposição Emanoel Araujo, do rapper Rappin Hood e da escritora Janaína Marquesini, uma das autoras da biografia de Clementina de Jesus, Quelé, A Voz Da Cor. Promovido pelo Instituto Elifas Andreato, o encontro será ilustrado com performances musicais da cantora Anna Setton e o grupo Ilú Obá de Min. Entrada franca.
Trabalhos fundamentais como Batuque na Cozinha (1972, nanquim em papel, serigrafia, 30cm x 30cm), imagem marcante de um dos momentos mais gloriosos de Martinho da Vila, e Nervos de Aço (1973, acrílica sobre tela, 40cm X 70cm), inesquecível retrato de Paulinho da Viola, dividem espaço com obras como Espiral de Ilusão (2017, acrílica sobre tela, 1m X 1m) e Canto do Vento (2019, acrílica sobre tela, 30cm X 30cm) feitos, respectivamente, para Criolo e Fabiana Cozza, revelando um Elifas muito atual, inquieto, sempre curioso e aberto a novas experimentações. Outra obra das mais emblemáticas de Elifas, Clementina (1979, acrílico sobre tela, 60cm X 60cm), produzida há 40 anos, será exibida pela primeira vez ao público. Entre as reproduções expostas, destaque também para a antológica capa do disco Clementina e Convidados (que contou com a participação de Adoniran Barbosa, Carlinhos Vergueiro, Clara Nunes, João Bosco, Martinho da Vila e Roberto Ribeiro) e o cartaz do lendário show Tendinha (de Martinho da Vila com Samba 7, Rui Quaresma e Neoci, dirigido por Fernando Faro).
Em um depoimento exposto em um grande painel no Museu Afro Brasil, o poeta e compositor Hermínio Bello de Carvalho declara que Elifas Andreato é “um artista raro, com um universo muito amplo, um artista ao mesmo tempo lírico mas densamente dramático, um intérprete do cotidiano, mágico manipulador de dialetos dos mais significativos, possuidor de uma gramática das mais ricas que conheço. Ele será sempre um artista brasileiro, em qualquer galáxia em que atue ou universo em que pise. Ele é o olho mulato e choroso de Paulinho da Viola, o pé anoitecido de Mãe Clementina, o saxofone úmido de Pixinguinha. Elifas é um orixá com pincéis iorubanos e lápis jejes-nagôs se multiplicando nos labirintos que ele mesmo inventa para reinterpretar o mundo e os personagens que o povoam”.
Instituto Elifas Andreato
O Instituto Elifas Andreato tem a missão de reconhecer e ampliar o legado de Elifas Andreato para a cultura brasileira e para educação, com bases na cidadania e nos diretos humanos. A trajetória do artista, cuja inspiração na cultura brasileira é sua principal marca, é traçada junto à militância na educação, na cultura, nas artes e nos diretos humanos, com especial atenção aos direitos da criança. São 50 anos de uma trajetória de artista e cidadão conscientes da riqueza cultural, ao mesmo tempo em que esteve sempre disposto a enfrentar os problemas da desigualdade do país. A atuação do Instituto tem como foco a realização de projetos e atividades socioculturais dedicadas à cultura, arte e educação, reconhecendo essas áreas a partir dos mesmos olhares multicolores de Elifas Andreato.
Exposição: A Música Negra por Elifas Andreato
Iniciativa: Instituto Elifas Andreato
Abertura: Terça, 20 de agosto de 2019, às 19h30
Evento de abertura: bate papo aberto ao público com Elifas Andreato, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Emanoel Araujo, Rappin Hood e Janaína Marquesini, com performances musicais de Anna Setton e Ilú Obá de Min
Período expositivo: de 20 de agosto a 5 de outubro de 2019
Museu Afro Brasil
Parque do Ibirapuera, Portão 10
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3320-8900
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 17h
Entrada franca
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