Pensando como publicitário em apresentações corporativas
Sou publicitário. Acho que sempre fui. Fazia os cartazes da escola, as divulgações das festas, as tatuagens de caneta BIC na perna das meninas e as caricaturas do pessoal da sala no verso da prova de matemática (única coisa que eu conseguia fazer nas provas dessa matéria). Então por isso, segui o caminho para ser um dia, diretor de arte. Caminho longo não só pelo aprendizado técnico, de como melhorar a luz e sombra das criações no Photoshop, por exemplo, mas principalmente pelo global do bom uso da arte na comunicação. Caminho complexo e que sempre revela novos passos a serem trilhados, uma das magias da profissão.
Passei por diversas agências de publicidade trabalhando como diretor de arte. Daí para virar diretor de criação e sócio de uma agência de apresentações, foi um grande passo. Isso porque, com a criação da MonkeyBusiness, o primeiro desafio (e depois percebi que ele seria constante) era traduzir os conceitos e esforços de comunicação tão naturais nas agências em campanhas e peças publicitárias para as apresentações. Eles funcionariam bem? Faria sentido? Sim, funciona e faz sentido.
Aprendi isso em todos esses anos atuando na MonkeyBusiness. Eu e a equipe da agência aprendemos a transpor os conceitos de atendimento, planejamento e criação das agência de publicidade para uma agência de apresentações. E sempre me perguntei: porque nunca pensamos nisso antes?
Não posso dizer que não se fazia apresentações profissionais antes. Eu mesmo fiz muito em todas as agências que trabalhei. Nunca com o cuidado e com a complexidade que fazemos hoje. Mas fazíamos. E não ficavam ruins, mas eram apenas “slides bonitinhos”. Era só técnica, sem estratégia.
Por isso volto à minha questão: porque nunca pensamos nisso antes? Hoje faz todo sentido a estrutura necessária para uma boa apresentação, para uma apresentação estratégica: planejamento, roteiro, direção de arte, design, etc. Mais do que isso, é impossível chegar em um bom resultado sem definirmos questões básicas como público-alvo, ambiente da apresentação, mensagem, objetivo, apresentador. Assim como uma peça publicitária. Uma peça criativa. Igual ao mais simples briefing, que vemos todos os dias jogado nos cantos das mesas dos criativos.
Sim meus amigos, criar uma apresentação criativa, que faz a diferença, requer tempo. Equipe. Discussão. Assim como uma boa campanha publicitária. Precisa ser planejada, pensada, discutida, rabiscada, etc. Powerpoint, Keynote, Prezi. Nada disso faz diferença se não há um pensamento estratégico e criativo. Tratar uma apresentação como peça publicitária faz a diferença e é o único jeito de se garantir qualidade e resultado.
Marco Franzolim
Sócio-diretor da MonkeyBusiness, agência especializada
em apresentações profissionais.
Professor da ESPM e curador do TEDxCampos.
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