Será que ainda somos criativos?
Por Ênio Vergeiro, Founder and CEO na Q&A e diretor da APP Brasil.
Hoje, 17 de novembro, comemoramos o Dia da Criatividade. No universo da publicidade, a criatividade é a força propulsora que impulsiona campanhas memoráveis, conecta marcas a públicos e transcende as barreiras do convencional.
Um dia propício para relembrar algumas campanhas que se tornaram parte da nossa história e, certamente, estão gravadas em nossas memórias. Campanhas que não se limitam a vender produtos, mas também contam histórias, provocam reflexões, emocionam e deixam marcas memoráveis.
Já que estamos na época de cantar “o Natal vem vindo, vem vindo o Natal”, é impossível não falarmos de Coca-Cola e sua icônica campanha natalina. Um verdadeiro fenômeno sazonal que ultrapassa a mera promoção de refrigerantes, a campanha de Natal da Coca-Cola consolidou-se como um símbolo universal da temporada. Desde 1931, historicamente, o Papai Noel da marca estampa anúncios, acumulando quase cem anos de criatividade e inovação que, ainda hoje, em 2023, é notável expectativa para acompanhar as caravanas de Natal que percorrem todo o Brasil.
Falando em Natal, mas em tempos atuais, não poderia deixar de citar a campanha da empresa de serviços financeiros Capital One, lançada recentemente, que apresenta o ator John Travolta, interpretando um Papai Noel dançante andando pelas ruas, ao som de “Stayin’ Alive”, dos Bee Gees, relembrando o famoso filme do qual foi protagonista no final dos anos 70, “Os Embalos de Sábado à Noite”. Um acerto genial que mistura nostalgia e boas memórias.
Voltando às nossas inesquecíveis criações, como não lembrar do “já é hora de dormir” com Cobertores Parahyba, “Quem bate? É o frio…” das Casas Pernambucanas, as lancheiras dos Biscoitos São Luiz, o tempo voador da Poupança Bamerindus, a agilidade do Toddy Instantâneo e a delícia das Groselhas Milani. Também podemos citar comerciais mais recentes como a “pipoca na panela”, do Guaraná Antarctica, as inúmeras versões de Bombril, os bichinhos da Parmalat, “dois hambúrgueres, alface” do McDonald’s e tantas outras produções que são rapidamente lembradas até hoje.
Visitando este passado, não poderia deixar de citar um dos mais incríveis e emocionantes comerciais da Chevrolet. Se você também viveu as campanhas dos anos 80, certamente irá recordar do sucesso da produção “É no silêncio de um Chevrolet”. Um jingle criado pelo cantor e compositor Zé Rodrix, que também aparece no comercial tocando teclado, seu instrumento preferido. “É no silêncio de um Chevrolet, que meu coração bate mais alto…”
Mas será que ainda somos criativos?
Olhando para os dias atuais, sabemos que criatividade nunca foi um problema para nossos profissionais, reflexo desta afirmação está no espetáculo que o Brasil apresenta anualmente no Festival de Cannes, um dos eventos de publicidade mais conceituados globalmente. E os números atestam isso: em 2021, o Brasil conquistou 67 Leões; em 2022, elevou esse número para 70 premiações. Neste ano, foram 92 Leões garantidos para nossa publicidade, para nosso empenho e para nossa criatividade.
Assim, ao nos questionarmos sobre a persistência da criatividade, encontramos respostas evidentes no legado de campanhas atemporais e nos feitos que continuam a moldar o cenário publicitário brasileiro. A criatividade não apenas permanece, mas avança em novas e emocionantes formas, prometendo continuar a inspirar e encantar as audiências por muitos anos.
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