A CONTRIBUIÇÃO DO DESIGN NA COMUNICAÇÃO FOI O FOCO DO 3o INOVADORES DE VISÃO
“Design como contribuição à inovação na comunicação” foi o tema da 3a edição do Inovadores de Visão, encontro promovido pela Associação dos Profissionais de Propaganda e pela ESPM que ocorreu na última segunda-feira, dia 03, no auditório Renato Castelo Branco, uma das dependências da unidade da Vila Mariana. Com a proposta de discutir inicialmente a contribuição do design para a Comunicação, Gisela Schulzinger, Marise de Chirico e Lee Swain colocaram suas considerações, mediados por Gian Franco Rocchiccioli.
Como exemplo de inovação, a professora Marise de Chirico apresentou o case e a recente proposta da Revista Casa do Vaticano. Uma parceria feita com os alunos da graduação em Design e optativa de Criação, do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM, resultou nas mudanças da 11a edição da revista. A ideia era que os estudantes criassem novas abordagens inspiradas pela obra O jardim das delícias terrenas, de H. Bosch. Dessa forma, o projeto tende a colocar o design como o autor da peça.
Para a 12a edição, a obra Seis propostas para o próximo milênio, do escritor italiano Italo Calvino, foi a escolhida para explorar a imaginação dos universitários. O texto aponta quais qualidades um autor deve trabalhar para transitar no novo milênio, abordagem que ajudou os estudantes de graduação em Design e Propaganda da ESPM de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. “Escolhemos uma imagem mais direta para atingir o aluno. Queríamos trabalhar com essa intertextualidade, sabíamos que o maior desafio era propor o designer como autor, porque estamos acostumados com o briefing, com o tipo de comunicação muito clara que não necessariamente passa pelo ponto de vista, opinião ou uma crítica do próprio autor”, pontuou Marise.
Em contrapartida, as mudanças mundiais, a facilidade de acesso e a velocidade da inovação foram destacados pela professora Gisela Shulzinger. Ela apontou a preocupação das marcas na construção de valores diante do público: “O Design passa a ser o condutor dos processos de inovação para construir esse valor”, afirmou.
Usando a Apple como exemplo, a profissional falou sobre a preocupação da marca em proporcionar ao consumidor algo que seja positivo, como o caso da escritora que voltou a ler e a escrever por causa do Ipad. “Como a Apple utiliza o design para construir valor para seus clientes? Não pela tecnologia em si, não pela beleza ou somente pelo projeto visual ou de usabilidade dos produtos, mas principalmente pra construir um sentido para as pessoas”.
Lee Swain ressaltou o Design multidisciplinar, onde se destaca o trabalho colaborativo e a junção de expertise de várias áreas para a produção. Abordando os grandes ícones do setor, Swain apresentou uma dinâmica a partir da pergunta “Qual a marca de refrigerante mais conhecida no mundo?”. A maioria dos presentes associaram os desenhos a uma única marca. Este gancho fez com que Swain mostrasse as mudanças das garrafas da Coca-Cola, detalhando a trajetória e a adaptação do produto devido à necessidade do consumidor: “Essa empresa não para de se reinventar e buscar novas fronteiras e novos desafios. Você consegue ver não só na forma, mas também nas fórmulas um investimento muito grande nas estratégias”, explicou.
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